quarta-feira, 28 de agosto de 2024
TRATAMENTO DOS VÍCIOS COMPORTAMENTAIS
terça-feira, 20 de agosto de 2024
FORMAS DE TESÃO
quinta-feira, 1 de agosto de 2024
A FALÁCIA DA SUBLIMAÇÃO
O PEGADOR E A MULHER-MARAVILHA
sexta-feira, 26 de julho de 2024
O PRAZER DA SUBMISSÃO
Há quase 500 anos, Étienne de La Boétie escreveu um ensaio (“O Discurso da Servidão Voluntária”) em que estabelece uma semelhança inédita entre indivíduo e sociedade.
Ele descreve como o sentir-se amparado é capaz de despertar o prazer da submissão, da entrega, seja sexual, seja social, política ou religiosa.
Essa foi uma das minhas primeiras fontes para compreensão de nossa relação com o Superego: como a dinâmica de domínio-submissão que mora em nós, adestrada desde a infância sob o poder concentrado de nossos pais, pode nos levar ao jogo externo de domínio-submissão em graus variados.
Esses jogos vão desde a brincadeira amorosa na cama, até a adesão viciosa a tiranias políticas em que somos, ora passivos, ora ativos, submissos ao tirano e tiranos com os outros.
Tudo isso em troca do amparo de nossos pares. Acho especialmente fascinante como isso pode ser operado: desde maneira alegre e saudável (no playground da cama, por exemplo), até a maneira viciosa e cruel, nas diversas formas de sadomasoquismo, sexual, interpessoal e social.
Sempre em variações percentuais. Nunca no “tudo ou nada”.
(Na imagem: La Boétie, quando escreveu o “Discurso”… aos 18 anos!)
terça-feira, 23 de julho de 2024
GENÉTICA OU CULTURA?
RACIONALIZAÇÃO
quarta-feira, 10 de julho de 2024
O AMIGO PERGUNTA - A PSICANÁLISE E O MÉTODO CIENTÍFICO
terça-feira, 2 de julho de 2024
A MODA E O DRAMA
segunda-feira, 1 de julho de 2024
TRÊS SEGUNDOS QUE MUDARAM MINHA VIDA
O amigo pergunta
“Como você conseguiu se formar psicanalista sem ser através de uma instituição?”
Francisco Daudt: Por causa de três segundos de hesitação. Eu era médico clínico desde 1971 quando, em 1976 resolvi me tornar psicanalista. Procurei meu antigo analista (de 1969 a 74), Roberto Quilelli, para saber com ele como proceder para uma formação.
Ele havia se tornado analista didata (formador de novos analistas) da Sociedade Brasileira de Psicanálise, na época de orientação kleiniana (de Melanie Klein). Diante de minha vontade, entendendo que um candidato precisaria passar por uma “análise didática”, ele me perguntou: “Você retomaria a análise comigo?”
Foi o momento em que hesitei por três segundos… e respondi, “Mas claro que sim!” Tremendo golpe de sorte: ele leu minha hesitação, mais que minha resposta, e disse: “Ok, vou falar com o Walderedo para a gente achar um analista pra você”.
Se não fosse pela hesitação dos três segundos, se não fosse ele inteligente como era, eu provavelmente seria hoje um membro da SBP, com formação kleiniana. Um desastre que ia, pelo menos, atrasar em muito minha vida.
É que a análise com ele não tinha sido nada boa. Como qualquer kleiniano, ele usava o Superego como ferramenta de “cura”. Como eu lhe disse, depois de uns dois anos de análise: “Ah, entendi o processo da psicanálise. É igual ao da igreja católica. Lá, você se arrepende dos seus pecados e promete não pecar mais. Na psicanálise, você se arrepende de seus sintomas e promete nunca mais tê-los.”
O que eu não disse foi que, tanto na igreja quanto na psicanálise, esse processo de “cura” não funcionava. Eu continuei pecando e eu continuava com meus sintomas. Entrei com eles e saí, cinco anos depois (e muita grana depois), com eles. As intervenções dele eram raras e enigmáticas. Eu não falava nada, pois estava intimidado com aquela representação rediviva do meu Superego.
Mas ele me ajudou muito a entender o tipo de psicanalista que eu… não queria ser. Fiquei com aversão a figuras suoeregoicas em geral, e na psicanálise em particular. Ele contribuiu muito para eu querer aprender sobre o Superego, e assim desenvolver a psicanálise que faço hoje.
O resto da história, encurtando, foi ele me mandar falar com o Waldredo Ismael de Oliveira, o super chefe da SBP, e ele me indicar o genro, Roberto Curi Hallal, para ser meu analista formador. Acontece que o genro não era daqui, tinha sido formado na Argentina pelo Angel Garma, um freudiano formado por Theodor Reik, que tinha sido formado por Karl Abraham, formado por sua vez por… Sigmund Freud em pessoa.
Foi assim que minha formação foi: fora de qualquer instituição; nem kleiniana, nem lacaniana (as duas opções de então, no Rio); totalmente freudiana (e eu, que não entendia nada do que Lacan escrevia, entendia tudo escrito por Freud). Foi assim que me tornei um analista em linha direta com Freud, uma “sexta geração”.
Ah, claro, minha segurança vinha também de eu ser médico, e médico tem um poder social ímpar, não se submete a ninguém.
Um somatório de várias sortes: eu ser médico; eu ter encontrado um analista freudiano não institucional; e… aqueles três segundos de hesitação, que foram bem compreendidos pelo Roberto Quilelli.
(Na imagem: Freud; Karl Abraham; Theodor Reik; Angel Garma e Roberto Curi).
quinta-feira, 27 de junho de 2024
O QUE É O DESEJO
terça-feira, 25 de junho de 2024
FORA DE QUE CAIXINHA?
quinta-feira, 20 de junho de 2024
OUVIDO NO CONSULTÓRIO
quarta-feira, 19 de junho de 2024
ZONAS ERÓGENAS PARECIDAS
terça-feira, 18 de junho de 2024
O AMIGO PERGUNTA : PSEUDOCIÊNCIA?
quarta-feira, 12 de junho de 2024
EFEITO PAC - QUANDO A FALTA DE EMPATIA VEM DO TDAH
terça-feira, 11 de junho de 2024
O AMIGO PERGUNTA AO DR.DAUDT AI - CLASSIC (cita os livros consultados)
TIRAR O DRAMA FAZ PARTE DA CURA
IT’S ALIVE!!!!
Agora o Beto fala! A face “humana” do Dr.DaudtAI, o Beto, agora não só responde por escrito. Ele fala! O usuário não precisa escrever texto, o usuário fala com ele, e ele responde com voz.
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terça-feira, 28 de maio de 2024
O SUPEREGO SE PARECE COM DEUS PAI
terça-feira, 21 de maio de 2024
APRESENTANDO O BETO AI
VÍCIOS: O PODER DO GATILHO
segunda-feira, 13 de maio de 2024
DOMÍNIO-SUBMISSÃO, O VÍCIO DO MIMADO
“DEPOIS, DEPOIS…” : O VÍCIO DA PROCRASTINAÇÃO
terça-feira, 30 de abril de 2024
PSICANÁLISE QUE NINGUÉM ENTENDE - O AMIGO PERGUNTA
De Leandro Alves de Siqueira: “Vi que existe entre os psicanalistas uma espécie de gozo no falar difícil e no não entendimento. Mas não é um contrassenso?”
Francisco Daudt: Leandro, as nossas ações são complexas, multideterminadas, mas existe esse componente, um certo complexo de inferioridade na psicanálise: diante da dificuldade de se entender a psiquê humana, e frustrada por sua impotência, a pessoa pode se sentir atraída a se dedicar mais ao confeito do que ao bolo; mais às firulas do que à substância; mais à espuma que ao chope; mais ao rito do que ao significado; mais à forma que ao conteúdo; mais à erudição que à sabedoria.
Tenho muita compaixão pelo aspirante a psicanalista que ambicionava entender os segredos da mente, mas quando chegou ao curso de psicologia (ou à formação analítica) se deparou com uma enxurrada de conhecimentos esotéricos, que o deixavam perplexo.
Imagino-o sempre a se perguntar, “mas então é isso? Eu não estou entendendo nada, então… o errado devo ser eu, eu devo ser meio burro”. E a partir daí, começou um processo de se adaptar, de aderir, de aprender a falar difícil, de ter o gozo de passar a perplexidade adiante, de não ser mais a vítima dela, mas seu causador.
Eu mesmo escapei por pura sorte dessa arapuca: eu era médico clínico havia cinco anos quando resolvi ser psicanalista. Não precisei cursar psicologia, portanto. Estive prestes a fazer uma formação com analista kleiniano, mas o destino me pôs diante de um freudiano formado na Argentina pelo Angel Garma (que tinha se formado com o Theodor Reik, formado por sua vez pelo próprio Freud). Foi desse jeito que me tornei um “freudiano de quarta geração”, em linha direta com o velho professor austríaco.
Assim, minha base teórica principal foi Freud, e ele fala língua de gente: eu entendia tudo. Ainda por cima, coordenei por dez anos grupos de estudo de Freud, e não tem melhor jeito de aprender que ensinar.
É daí que vem minha mania de ser claro.