domingo, 28 de fevereiro de 2021

MÃE NATUREZA 4

 



Nascemos com uma programação de medos e repugnâncias que se liga aos dois anos e não se desliga mais.

Medos de escuro, altura, confinamento, répteis, grandes insetos voadores, grandes felinos... e o mais cotidiano deles, de desamparo.

Repugnância a fezes e a carne podre. Repugnância a podre é especialmente curiosa: uma pessoa pode nunca ter tido a experiência de sentir cheiro de carne podre, e vomitar automaticamente ao senti-lo pela primeira vez.

Esses medos e repugnâncias servem à nossa sobrevivência. Mas será sobre esse programa inato que o nosso Superego será construído. Ele vai absorver informações que o meio produz, para nos deixar alertas ao tipo de comportamento que pode nos por em risco.

O risco mais óbvio é o de desamparo: “se eu fizer isso, não vão mais gostar de mim”. Muitos pais ameaçam seus filhos com essa frase, inclusive. A ameaça absorvida vira vergonha e sentimento de culpa, agora despertados pela acusação desse “juiz interno” que é o Superego.

Mas as fobias nos lembram dos outros medos de raiz assumidos pelo Superego. O medo de voar de avião, assim como o de elevador, falam do confinamento e da altura. Há variadas fobias envolvendo répteis (lagartixas, p.e.), insetos e outros artrópodes (baratas, cigarras e aranhas), e até de felinos (gatos).

Finalmente, as obsessões por limpeza, medo dos germes e os nojos variados, se ligam às repugnâncias primitivas.

É o horror às “imundices”.


 
 A CRIAÇÃO ORIGINAL - A TEORIA DA MENTE SEGUNDO FREUD


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